De acordo com o ex-piloto de F1 Gerhard Berger, a atual geração de pilotos de F1 reclama muito rápido e demais. Sempre há algo para reclamar.
Berger já jogou na Fórmula 1 nas décadas de 1980 e 1990. Ele diz que fez uma visita à MotoGP que lhe abriu os olhos sobre as reclamações e choramingos dos pilotos da Fórmula 1. No MotoGP as coisas são completamente diferentes segundo Gerhard Berger.
“O MotoGP é muito mais brutal e as pessoas mantêm muito mais os pés no chão”, disse Berger à ‘Auto Motor und Sport’. “Isso não tem nada a ver com tecnologia, mas principalmente com o fato de o ambiente ser muito mais descontraído e a torcida poder se aproximar. A F1 mantém tudo muito mais distante.”
“Tudo gira muito mais em torno da perfeição e tudo é calculado com muito mais antecedência.
“Quando um piloto de F1 torce o dedo, médicos e fisioterapeutas são imediatamente chamados e é imediatamente uma grande história.”
“Quando um piloto de MotoGP quebra o ombro pela manhã, esse mesmo piloto volta à sua máquina à tarde. É assim que imaginamos os super-heróis.”
Berger também cita um exemplo, nomeadamente o GP do Qatar do ano passado, em que muitos pilotos reclamaram das condições muito quentes em que tiveram que pilotar. Logan Sargeant, entre outros, sentiu-se mal durante a corrida e teve que abandonar.
“Você quer ver os pilotos domarem máquinas alienígenas, mas também quer vê-los morder os dentes quando dói. Porém, os pilotos de F1 já reclamam quando faz muito calor no Catar”, disse Berger.
“Na minha época andávamos no Rio de Janeiro com 40 graus Celsius e umidade muito alta. Mudamos manualmente. Não quero dizer que era mais difícil naquela época, mas certamente não era mais fácil do que é agora.”
“Obviamente, existem limitações em termos do que você pode fazer. Claro, existem limites para os riscos que você deseja correr. Por exemplo, veja o TT da Ilha de Man no ano passado, saí depois de um dia.”
“Muitos riscos são assumidos lá. A F1 é o outro extremo, o MotoGP é o meio-termo.”