Um executivo sênior da United Airlines sugeriu que a perda de funcionários experientes durante a pandemia de COVID-19 é a responsável pela recente série de problemas da Boeing.
O vice-presidente executivo de finanças da United Airlines, Gerry Laderman, fez essa observação na conferência Airline Economics em Dublin, segundo a Reuters.
“A experiência é importante e eles precisam ter uma equipe experiente para colocar as coisas nos eixos”, disse Laderman.
“Parte do problema para muitas empresas industriais é que ninguém percebeu as dificuldades que todos nós enfrentaríamos quando saíssemos da COVID”, continuou ele.
“Principalmente a cadeia de abastecimento, mas também a falta de quadros superiores e muitas reformas: a base de conhecimento. Isso impacta a todos, e acho que é parte do que aconteceu na Boeing e… vai levar tempo.”
Laderman disse que não comentaria se deveria haver mudanças na gestão da fabricante de aviões, segundo a Reuters.
A Boeing enfrentou contratempos desde que um plugue na porta de um avião 737 MAX 9 operado pela Alaska Airlines explodiu no meio do voo no início deste mês, o que levou a Administração Federal de Aviação a suspender todos os aviões 737 MAX 9 enquanto se aguarda uma investigação de segurança.
A causa aparente do acidente pode ter sido a falta de parafusos destinados a fixar o plugue da porta quando a aeronave saiu da fábrica da Boeing, informou o Wall Street Journal.
Desde o incidente, os legisladores pressionaram a Boeing a retirar um pedido de isenção de segurança fundamental que poderia ter permitido aos reguladores acelerar a certificação do seu próximo avião 737 MAX 7. A Boeing disse que faria isso na segunda-feira.
A conferência Airline Economics em andamento esta semana está sendo observada de perto enquanto os principais executivos das companhias aéreas – muitos dos quais são clientes da Boeing – reagem aos problemas na Boeing.
Os delegados da conferência disseram que a decisão da Boeing levantou questões sobre o momento do lançamento do maior e mais vendido MAX 10, cuja certificação era esperada um ano após o MAX 7.
A United, operadora líder do MAX 9, encomendou 277 aeronaves MAX 10 maiores, para as quais também se espera que a Boeing solicite uma isenção.
O CEO Scott Kirby teria visitado a concorrente Airbus para discutir a compra de mais A321neos em meio à controvérsia com a Boeing, informou a Reuters.
Laderman, que deve se aposentar após deixar o cargo de diretor financeiro, disse à Reuters que não acompanha mais as viagens de Kirby. Ele observou que a AIrbus também teve problemas de entrega, com o A321neo com forte demanda, mas com baixa oferta.
“Sim, há um problema com a Boeing. Mas tenha em mente que, por razões muito diferentes, a Airbus também tem problemas, relacionados principalmente, digamos, à cadeia de abastecimento.”
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