A Ucrânia afirmou na terça-feira que suas forças destruíram um navio de patrulha militar russo no Mar Negro, próximo à Crimeia anexada, em mais um ataque naval à frota de Moscou na importante hidrovia. Kiev também reivindicou a autoria de um ataque com drone a um depósito de petróleo em uma região fronteiriça russa. A Ucrânia tem ampliado sua capacidade de ataque à Rússia pelo ar e pelo mar, enquanto suas tropas lutam nas linhas de frente.
“Não existem mais portos seguros para os russos… no Mar Negro e nunca existirão”, afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “Não haverá espaço seguro no céu para eles, contanto que nossa força ucraniana seja suficiente”, acrescentou. O Mar Negro tem sido um campo de batalha crucial na guerra em curso há dois anos.
A Ucrânia alega ter destruído mais de vinte navios russos desde a invasão de Moscou em fevereiro de 2022. A unidade de inteligência militar GUR da Ucrânia divulgou um vídeo em preto e branco na terça-feira, mostrando o ataque noturno ao Sergei Kotov, um navio de patrulha militar russo de 94 metros.
O vídeo exibiu um drone naval se aproximando do navio, seguido por uma grande explosão que lançou fogo, fumaça e destroços para o céu. “Mais uma operação de muito sucesso. Ótimas notícias”, declarou o porta-voz do GUR, Andriy Yusov. O ataque ocorreu perto do Estreito de Kerch, próximo à península da Crimeia, que foi anexada por Moscou em 2014.
As autoridades em Kiev comemoraram o golpe, que foi um impulso muito necessário para as forças ucranianas em um momento em que a Rússia está ganhando terreno no campo de batalha. O Ministério da Defesa da Ucrânia ironicamente afirmou que “um navio russo foi transformado em submarino”.
Os atrasos na ajuda ocidental, como um pacote de auxílio dos EUA no valor de 60 bilhões de dólares e projéteis de artilharia europeia, deixaram as tropas ucranianas em desvantagem numérica e desarmadas nas extensas linhas de frente. O presidente francês, Emmanuel Macron, instou os aliados de Kiev a não serem “covardes” ao ajudar no combate à invasão russa.
Ele manifestou total apoio aos comentários polêmicos feitos na semana anterior, nos quais não descartou a possibilidade de envio de tropas ocidentais para a Ucrânia. Até o momento, não houve resposta oficial de Moscou sobre o ataque noturno, mas foi confirmado por blogueiros militares russos com laços estreitos com as forças armadas. Alguns criticaram a incapacidade da marinha russa em se defender.
O blogueiro militar russo pró-guerra, Yuri Podolyak, acusou os líderes militares de Moscou de estarem em “modo avestruz”, com a cabeça enterrada na areia, devido a mais um ataque ucraniano bem-sucedido no Mar Negro. Kiev afirma ter inativado pelo menos 25 navios russos desde a invasão de Moscou, que representa mais de um terço de sua frota pré-guerra no Mar Negro.
“A Frota Russa do Mar Negro é um símbolo de ocupação. Não pode existir na Crimeia ucraniana”, declarou o chefe de gabinete do presidente ucraniano, Andriy Yermak. Moscou realocou muitos navios militares de sua histórica base naval em Sebastopol, na Crimeia, para o porto de Novorossiysk, mais a leste, em meio aos sucessivos ataques ucranianos.
Uma fonte de inteligência ucraniana revelou que suas forças também estavam por trás de um ataque de drones a um depósito de petróleo na região fronteiriça russa de Belgorod. Além disso, autoridades em Kursk, na Rússia, relataram que um ataque de artilharia provocou um incêndio na estação ferroviária de Glushkovo e interrompeu o fornecimento de energia de uma vila próxima.
Sergei Shoigu, ministro da Defesa russo, afirmou que as forças de Moscou continuam avançando para o oeste, buscando capitalizar a captura de Avdiivka no mês anterior. Enquanto isso, Berlim atribuiu a vazamento de conversas militares confidenciais, que discutiam o impacto potencial do envio de mísseis de longo alcance para a Ucrânia, a um “erro individual”.
Moscou argumentou que a divulgação das gravações demonstrou o envolvimento direto dos aliados ocidentais da Ucrânia no conflito. Macron instou os apoiadores ocidentais da Ucrânia a “estar à altura da história” e mostrar “bravura” em seu apoio a Kiev, em meio à revelação de uma proposta ambiciosa da União Europeia para aumentar a produção e aquisição de armas como resposta à invasão russa da Ucrânia.
Macron afirmou que apoia os comentários, sem descartar o envio de tropas para a Ucrânia. Essas declarações foram rapidamente rejeitadas por outras capitais europeias na semana anterior e levaram o presidente russo, Vladimir Putin, a alertar que um maior envolvimento ocidental no conflito aumenta a “ameaça real” de guerra nuclear. Este conteúdo não foi editado pela equipe do News18 e foi publicado através de uma agência de notícias sindicalizada.
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