Perdeu um livro na biblioteca? Não precisa ser um desastre. Pelo menos não durante o mês de março em Worcester, Massachusetts. A biblioteca local vai cobrar certas taxas de empréstimo do registro da pessoa em troca de uma foto do gato dela – ou de qualquer gato, na verdade. O objetivo é incentivar as pessoas a lerem e a visitarem a biblioteca, mesmo que tenham uma dívida por um livro perdido ou danificado. Jason Homer, diretor executivo da Biblioteca Pública de Worcester, explicou: “As pessoas estão enfrentando dificuldades e às vezes precisam escolher entre pagar por um livro que, literalmente, seu cachorro comeu por US$ 30 ou comprar US$ 30 em mantimentos – são situações muito diferentes. E as pessoas têm suas prioridades. Queremos abordá-las com gentileza, com perdão e dizer: ‘Faça parte da nossa comunidade’”.
Este programa se chama “Feline Fee Forgiveness” – é parte do evento “March Meowness” da biblioteca, que dura um mês. O objetivo é remover as barreiras para as pessoas voltarem à biblioteca, independentemente de suas circunstâncias. Em 2020, a biblioteca eliminou as multas por livros atrasados. Por quê? Porque muitas pessoas, devido ao bloqueio do COVID, perderam livros que não conseguiam devolver pessoalmente. Em Worcester, esse período durou um ano e meio. “Houve vários estudos em bibliotecas públicas em todo o país que mostraram que não recebermos de volta os livros com multas”, explicou Homer. “Acabamos perdendo pessoas. Realisticamente, essas multas não traziam benefícios para a biblioteca e não geravam receita significativa. Eram mais como uma dívida pendente que nunca foi quitada.”
Homer também enfatizou que livros perdidos são um problema nacional nas bibliotecas. “Muitas comunidades têm uma lista de crianças com taxas de US$ 30 em seus cartões por situações que não estavam sob seu controle e sem más intenções”, disse. “Não podemos realmente cobrar essas taxas. Então estamos seguindo em frente. Nosso objetivo era encontrar uma maneira de fazer as pessoas voltarem à biblioteca, em vez de assustá-las com possíveis punições. Preferimos buscar recursos para cobrir essas taxas, e não penalizar as crianças por algo que está fora de seu controle.”
Em média, a biblioteca arrecadava cerca de US$ 11 mil em multas por ano, mas agora tem uma fundação que pode cobrir esses valores – desde que o livro seja, eventualmente, devolvido. “Quando você perde ou danifica um livro além de sua capacidade de empréstimo – digamos que o livro caiu no oceano e ficou todo sujo de areia e águas-vivas, impossibilitando que seja emprestado novamente – cobramos taxas por isso”, explicou Homer. Ele também enfatizou que a leitura é um grande equalizador e que a alfabetização, escrita e digital, são essenciais para a comunidade. “Ler ajuda as pessoas a se elevarem e a melhorarem suas vidas”, destacou.
Durante o “March Meowness”, a biblioteca tem diversas atividades programadas, incluindo artesanato de brinquedos para gatos, contação de histórias, palestras, exibição do filme “Gatos” e até uma sessão de carinho para gatos para aliviar o estresse. Homer mencionou que a taxa de perdão vai além dos gatos – a biblioteca aceita fotos de cachorros, guaxinins, orcas ou até mesmo capivaras “honrários”. “Qualquer animal adorável é bem-vindo para nós”, disse.
A biblioteca de Worcester está fazendo um ótimo trabalho ao incentivar a leitura e tornar o retorno à biblioteca mais acessível a todos, independentemente das dificuldades que possam enfrentar. Este programa mostra a importância de promover a igualdade de acesso à educação e à cultura em nossa sociedade. Ah, e claro, de apreciar a fofura dos animais de estimação!
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