Os passageiros estão temerosos em relação ao incidente ocorrido com o avião da Latam, que sofreu uma queda repentina durante o voo entre Sydney e Auckland, temendo que ele caísse no Mar da Tasmânia. Clara Azevedo, uma mulher de 28 anos de Brisbane, descreveu como um “milagre” o momento em que o piloto conseguiu retomar o controle da aeronave após sentir o avião em uma queda livre, que ela pensou ter durado cerca de 10 segundos.
Ao conversar com Azevedo, que estava com um grupo de passageiros tomando café da manhã no hotel para onde foram transferidos pela companhia aérea por volta das 2h, ela relatou que escapou ilesa do incidente, porém uma mulher de 68 anos que estava perto dela, que não falava inglês, quebrou duas costelas e machucou o ombro. Azevedo passou a noite traduzindo para ela no hospital, enquanto a mulher implorava por alta para seguir se recuperando em casa com analgésicos fortes, recuperação essa que os médicos estimaram durar de 6 a 8 semanas.
Os passageiros aguardavam por uma explicação sobre a causa do incidente, enquanto se preparavam para enfrentar um voo longo até Santiago, no Chile, que era o destino final do voo LA800. Azevedo e a mulher ferida embarcariam no voo das 20h e estavam extremamente temerosas. Azevedo esperava receber auxílio médico para conseguir dormir durante todo o voo, caso contrário, não acreditava que sobreviveria.
Jacob Thompson, um australiano de 33 anos, relatou ter batido a cabeça e visto seu parceiro ser arremessado no corredor durante o incidente. Ele descreveu que não sabiam se conseguiriam pousar a aeronave, destacando que a queda não parecia ser causada por turbulência e que nunca experimentara algo semelhante antes.
Thais Iwamoto, uma mulher de 26 anos de Sydney, estava dormindo na fila de emergência durante o voo e acordou assustada com a queda. Ao despertar, percebeu que todos estavam gritando e em estado de choque. Iwamoto mencionou que um passageiro bateu a cabeça no compartimento de bagagem e se feriu gravemente. Frustrada com a falta de informações da Latam e com o tratamento recebido na noite anterior, ela se queixou que receberam apenas um cheeseburger do McDonald’s no terminal após o pouso e não foram alimentados novamente até a manhã seguinte, considerando a situação como desorganizada e inadequada após o susto vivenciado.
A Latam informou hoje que a causa do incidente, descrito pela companhia aérea como um “forte abalo”, estava sendo investigada. A Direção Geral de Aviação Civil do Chile afirmou que a Comissão de Investigação de Acidentes de Transporte da Nova Zelândia lideraria a investigação, com a colaboração de um representante do Chile. A especialista em aviação Irene King expressou preocupação com a possibilidade de ser uma turbulência de ar, destacando que geralmente ocorre sem aviso.
O ex-piloto e professor de aviação Ashok Poduval explicou que uma perda súbita de altitude poderia ser causada por mau funcionamento do sistema de piloto automático ou por turbulência durante o voo. O presidente da Associação de Pilotos de Linha Aérea da Nova Zelândia (NZALPA), Andrew McKeen, ofereceu apoio à tripulação envolvida e destacou a importância de permitir que a investigação ocorra sem especulações. De acordo com informações fornecidas, 50 pessoas foram tratadas no local pelo St John imediatamente após o pouso do avião, sendo que 13 requereram tratamento adicional no hospital e quatro permanecem internados no Hospital Middlemore com ferimentos de gravidade considerável.
A Latam afirmou que os passageiros feridos durante o voo eram de cinco países diferentes e que uma série de pessoas, incluindo tripulantes de cabine, foram levadas ao hospital para avaliação e tratamento. Este incidente chocante trouxe à tona diversas preocupações e questionamentos sobre a segurança e os protocolos das companhias aéreas, e espera-se que a investigação em curso possa esclarecer as causa e evitar que incidentes semelhantes ocorram no futuro.
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