O número de norte-americanos com idades entre 18 e 27 anos que se identificam como não heterossexuais mais que dobrou em 7 anos, de acordo com uma nova pesquisa divulgada na quarta-feira.
Uma pesquisa realizada pela Gallup com 12 mil americanos revelou que 22,3% da Geração Z agora declara-se gays, lésbicas, bissexuais, queer, transgêneros ou “outros”, em comparação com 10% em 2017.
E 28,5% das mulheres da Geração Z dizem não ser heterossexuais, sendo que 20,7% se identificam como bissexuais.
Um especialista explicou que o aumento na identificação como não heterossexual pode estar relacionado aos efeitos das redes sociais, influenciadores e à pandemia de Covid-19. Outros especialistas sugerem que a Geração Z se sente mais livre para expressar sua sexualidade, principalmente as mulheres jovens que se sentem confortáveis em se identificar como bissexuais.
A pesquisa também revelou que o número de americanos LGBTQ+ dobrou na última década, com 7,6% dos adultos americanos se identificando como LGBTQ+. Essa taxa aumentou em relação aos 3,5% de 2012, quando a Gallup iniciou sua pesquisa. A empresa indicou que as mudanças foram lideradas por americanos mais jovens e que as diferenças geracionais apontam para taxas mais altas de identificação LGBTQ+ no futuro.
A população LGBTQ+ diminui consideravelmente entre as gerações mais velhas. 9,8% dos millennials, 4,5% da Geração X, 2,3% dos baby boomers e apenas 1,1% da geração silenciosa se identificam como algo diferente de hetero.
De acordo com os dados da Gallup, 0,9% dos adultos americanos se identificam como transexuais, mas os Zoomers quase triplicam essa taxa, chegando a 2,8%. Além disso, mais 1% dos adultos se identificam como não-binários.
Especialistas apontam que cada geração mais jovem tem duas vezes mais probabilidade do que a anterior de se identificar como LGBTQ+. A Dra. Erica Anderson, psicóloga especializada em aconselhar jovens trans durante a transição, levanta a possibilidade de que o desejo de pertencer a grupos marginalizados pode influenciar a identificação como LGBTQ+.
A Dra. Anderson critica a intervenção médica precipitada em jovens transgêneros e ressalta que é importante considerar o contexto social e psicológico dessas identificações.
Ritch Savin-Williams, professor emérito de psicologia em Cornell, acredita que a nova geração tem mais liberdade em relação às categorias tradicionais de sexualidade, como gay, lésbica ou heterossexual. Ele destaca a rejeição a categorias rígidas e a maior fluidez na identificação sexual.
Com o aumento no número de americanos se identificando como bissexuais, especialistas afirmam que a taxa de crescimento da população LGBTQ+ pode começar a diminuir. A expectativa é que mais de 10% da população total se identificará como algo diferente de heterossexual nos próximos trinta anos, de acordo com a Gallup. A expansão da população LGBTQ+ pode ter um limite, mas por enquanto, o aumento dessas identificações continua a ser observado.
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