Ultima atualização: 14 de março de 2024, 09:24 IST
Mãe iraniana (esquerda) confronta clérigo por fotografá-la devido à falta do hijab, levantando preocupações de segurança. Foto de uma mulher iraniana (à direita) discutindo com um clérigo durante um protesto contra a lei do Hijab na década de 1970.
Vídeo viral mostra mãe iraniana confrontando clérigo por causa de foto de hijab, gerando preocupações com segurança. Ação legal iniciada em meio a protestos nas redes sociais
Um vídeo de uma mãe iraniana discutindo com um clérigo que tirou fotos dela por não usar hijab se tornou viral, gerando preocupações quanto à sua segurança. O judiciário iraniano iniciou procedimentos legais após a circulação do vídeo que retrata o tenso encontro.
O incidente ocorreu numa clínica da cidade iraniana de Qom, onde a mulher, sem lenço na cabeça, procurou ajuda médica para o filho. O clérigo foi visto gravando-a com seu telefone, o que levou a mulher a exigir furiosamente que o vídeo fosse excluído.
No vídeo, a mãe furiosa pode ser vista gritando com o clérigo por tirar fotos dela esperando com o filho em uma clínica sem o lenço na cabeça, obrigatório para as mulheres em público desde os anos após a revolução de 1979.
Uma mulher num hospital na cidade iraniana de Qom confronta um clérigo que tentou filmá-la secretamente enquanto ela não usava um hijab, um véu muçulmano. Você pode sentir a indignação dela. Ele tem que fugir de sua fúria. pic.twitter.com/aC1Rflo2sc-Frida Ghitis (@FridaGhitis) 10 de março de 2024
Quatro presos
A mídia iraniana informou na terça-feira que o governo prendeu quatro pessoas sob suspeita de fornecer a uma emissora estrangeira um vídeo de uma discussão entre um clérigo xiita e uma mulher que não usava o véu obrigatório.
O procurador-adjunto de Qom, Ruhollah Moslemhkani, disse que quatro dos “principais editores e remetentes” do vídeo para a “rede internacional inimiga (Irã)” foram presos, informou a agência de notícias Fars. “O que está claro para nós, e temos certeza, é que foi feito um projeto e um planejamento para criar divisão e sedição na sociedade”, acrescentou.
O incidente gerou condenação generalizada nas redes sociais, com muitos denunciando as ações do clérigo como assédio e violação da privacidade. Reacendeu os debates sobre as regulamentações do hijab no Irão e o papel das autoridades religiosas.
Este incidente surge na sequência do contínuo protesto internacional sobre a morte, em Setembro de 2022, de Mahsa Amini, uma jovem curda-iraniana detida por alegadamente desrespeitar o código de vestimenta obrigatório da República Islâmica. A sua morte gerou meses de protestos antigovernamentais, na maior demonstração de oposição às autoridades em anos.
(Com contribuições da agência)
Discussão sobre isso post