A ex-apresentadora do MSNBC Tiffany Cross, a defensora política Angela Rye e o ex-político democrata Andrew Gillum discutiram a ideia de isentar os negros de impostos como forma de reparação no “Native Land Podcast” na segunda-feira. Os três debateram sobre as declarações do ator Terrence Howard, que afirmou que é “imoral para o governo dos Estados Unidos cobrar impostos dos descendentes de escravos”, ao mesmo tempo em que foi condenado a pagar US$ 903.115 em impostos atrasados, multas e juros. Embora reconhecessem que essa política é irrealista, Cross enfatizou que “este irmão estava defendendo uma posição legítima”. Ela destacou que os negros nunca foram devidamente compensados pela escravidão e que nunca se beneficiaram de reparação alguma.
“Não sei como viabilizar isso, mas estaria totalmente de acordo com algum tipo de política que isente os negros de pagar impostos”, afirmou Cross. Ela ressaltou a contribuição significativa dos negros na construção da riqueza dos Estados Unidos e defendeu que eles merecem alguma forma de compensação por terem ajudado o país a se tornar uma superpotência. Gillum acrescentou que se os negros fossem os 1% mais ricos, provavelmente já teriam sido beneficiados por uma regra como essa.
O trio também abordou a questão da evasão fiscal, apontando que a maioria dos presos por esse crime são negros. Rye questionou se havia casos de evasão fiscal em que pessoas brancas foram processadas criminalmente, sugerindo que isso parece ser uma desproporção racial. Segundo documentos judiciais, Terrence Howard teria negado qualquer dívida e até ameaçado expor seu advogado tributário na internet.
Howard expressou sua indignação com a situação, enfatizando os 400 anos de trabalho forçado dos escravizados sem compensação. Ele criticou o governo por tentar cobrar impostos dos descendentes de escravos e afirmou que todos os Estados Unidos deveriam se tornar propriedade desses descendentes. Os comentários de Howard surgiram em um contexto em que cidades como São Francisco estão discutindo a possibilidade de reparar os descendentes de escravos, com estimativas de que a cidade poderia dever até 5 milhões de dólares por residente negro, totalizando mais de 100 bilhões de dólares em pagamentos.
A discussão levantada no podcast destaca a necessidade de revisitar as políticas de reparação para os descendentes de escravos nos Estados Unidos. A ideia de isentar os negros de impostos como forma de compensar pela história de opressão e exploração é um assunto importante e provocativo. Embora a implementação prática de uma política como essa possa ser complexa, a reflexão e o debate sobre como lidar com as injustiças históricas são fundamentais para construir uma sociedade mais justa e equitativa para todos os cidadãos.
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