A grande notícia desta semana, de acordo com o presidente Joe Biden, foi a conquista da indicação de dois candidatos de seu partido à presidência.
Porém, Biden criticou um dos candidatos por ser muito velho e mentalmente incapaz para o trabalho.
“O outro sou eu”, brincou Biden.
As críticas contra o republicano Donald Trump seguiram durante o jantar anual do Gridiron Club e Foundation, enquanto Biden tentava desviar das críticas sobre sua memória nebulosa e sua aparente confusão, ao invés disso, ressaltando momentos em que Trump, aos 77 anos, também cometeu deslizes.
“Não diga a ele, ele acha que está concorrendo contra Barack Obama, foi o que ele disse”, afirmou Biden, que aos 81 anos também brincou dizendo que ficava acordado até muito depois da hora de dormir.
Foi a primeira vez que Biden participou do jantar durante sua presidência, em um momento em que as eleições de 2024 se aproximam e a revanche entre Biden e Trump ganha destaque.
O jantar anual, que está em seu 139º ano, remonta a 1885 – ano em que o presidente Grover Cleveland se recusou a comparecer.
Desde então, todos os presidentes compareceram pelo menos uma vez ao Gridiron.
Biden rapidamente abordou questões mais sérias, destacando o que ele vê como uma ameaça real à democracia caso Trump – que continua a afirmar falsamente que as eleições de 2020 foram roubadas – retorne à Casa Branca.
“Estamos vivendo um momento sem precedentes na democracia”, disse ele. “Um momento sem precedentes na história. A democracia e a liberdade estão literalmente sob ataque. Putin está avançando na Europa. Meu antecessor se curva diante dele e diz: ‘faça o que quiser'”.
Biden então apresentou a embaixadora ucraniana Oksana Markarova e a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas.
“Não nos curvaremos. Eles não se curvarão e eu não me curvarei”, afirmou.
Vestindo traje de gravata branca, como é de praxe, Biden compareceu ao jantar acompanhado de sua filha Ashley.
O jantar é conhecido por ser uma noite de alegria bipartidária e contou com a presença de políticos e figuras proeminentes de Washington, incluindo a vice-presidente Kamala Harris e seu marido Doug Emhoff, além de outros oito membros do gabinete, cinco membros do Congresso, cinco governadores e pelo menos cinco embaixadores.
O líder irlandês Leo Varadkar, que estava na cidade pelo Dia de São Patrício, também marcou presença.
No jantar, também discursaram Harris, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, uma democrata, e o governador de Utah, Spencer Cox, um republicano.
Biden encerrou a noite falando sobre a importância de uma imprensa livre.
Embora possa não concordar com tudo o que a mídia publica, ele destacou a necessidade do jornalismo e expressou seu compromisso em trazer de volta os jornalistas Evan Gershovich e Austin Tice, um detido na Rússia e o outro desaparecido durante uma viagem de reportagem na Síria.
“O bom jornalismo reflete a sociedade”, afirmou. “Precisamos de vocês.”
Biden e Harris estavam sentados à mesa principal ao lado de outros funcionários do governo e líderes estrangeiros, além do presidente do Gridiron, Dan Balz, do Washington Post.
Também na mesa estavam os superiores de Balz, a editora-executiva do Washington Post, Sally Buzbee, e o dono do jornal, Jeff Bezos.
O jantar foi realizado no Grand Hyatt, sem permissão para fotos ou televisão.
Discussão sobre isso post