WASHINGTON – Segundo documentos judiciais tornados públicos na terça-feira.
Os documentos detalham uma conspiração dos três homens para fornecer aos Emirados tecnologia avançada e ajudar os operacionais da inteligência dos Emirados em violações destinadas a danificar os inimigos percebidos da pequena, mas poderosa nação do Golfo.
Os homens ajudaram os Emirados, um aliado americano próximo, a obter acesso não autorizado para “adquirir dados de computadores, dispositivos eletrônicos e servidores em todo o mundo, inclusive em computadores e servidores nos Estados Unidos”, disseram os promotores.
Os três homens trabalhavam para a DarkMatter, empresa que é efetivamente um braço do governo dos Emirados. Eles fazem parte de uma tendência de ex-oficiais de inteligência americanos aceitarem empregos lucrativos de governos estrangeiros na esperança de reforçar suas habilidades para montar operações cibernéticas.
Especialistas jurídicos disseram que as regras que governam esta nova era de mercenários digitais são obscuras e as acusações tornadas públicas na terça-feira podem ser uma espécie de salva de abertura em uma batalha para impedir que ex-espiões americanos se tornem armas de aluguel no exterior.
Os três homens, Marc Baier, Ryan Adams e Daniel Gericke, admitiram violar as leis dos EUA como parte de um acordo de ação penal diferido de três anos. Se os homens cumprirem o acordo, o Departamento de Justiça desistirá do processo criminal. Cada homem também pagará centenas de milhares de dólares em multas – a quantia que ganharam trabalhando para DarkMatter. Os homens também nunca poderão receber uma autorização de segurança do governo dos EUA.
O Sr. Baier trabalhou para a unidade da Agência de Segurança Nacional que realiza operações cibernéticas ofensivas avançadas. O Sr. Adams e o Sr. Gericke serviram nas forças armadas e na comunidade de inteligência.
DarkMatter teve suas origens em outra empresa, uma firma americana chamada CyberPoint que originalmente ganhou contratos dos Emirados para ajudar a proteger o país de ataques de computador.
A CyberPoint obteve licença do governo americano para trabalhar para os Emirados, medida necessária para regular a exportação de serviços militares e de inteligência. Muitos dos funcionários da empresa haviam trabalhado em projetos altamente classificados para a NSA e outras agências de inteligência americanas.
Mas os emiratis tinham ambições maiores e pressionaram repetidamente os funcionários da CyberPoint para ultrapassar os limites da licença americana da empresa, de acordo com ex-funcionários.
A CyberPoint rejeitou pedidos de agentes de inteligência dos Emirados para tentar quebrar códigos de criptografia e hackear sites hospedados em servidores americanos – operações que teriam entrado em conflito com a lei americana.
Então, em 2015, os Emirados fundaram a DarkMatter – formando uma empresa não regulamentada pelas leis dos Estados Unidos – e atraíram vários funcionários americanos da CyberPoint para se associarem.
DarkMatter empregou vários outros ex-oficiais da NSA e da CIA, de acordo com uma lista de funcionários obtida pelo The New York Times, alguns ganhando salários de centenas de milhares de dólares por ano.
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