CIDADE DO MÉXICO – Pinos mal posicionados, falhas claras de projeto e soldagem deficiente levaram a um colapso no sistema de metrô da capital na primavera passada, que deixou 26 mortos e vários feridos, disse o procurador-geral da Cidade do México na quinta-feira ao divulgar os resultados de uma investigação de um mês.
As descobertas, detalhadas durante uma coletiva de imprensa, alinham-se com várias das conclusões de uma investigação do New York Times, que descobriu que a má instalação dos pinos de metal foi fundamental para o acidente mortal de 3 de maio.
Os pinos de metal foram a chave para toda a construção, criando uma unidade composta entre vigas de aço e lajes de concreto. Uma vez que os pregos quebraram, toda a estrutura se tornou fatalmente enfraquecida, levando ao colapso.
As travas “que conectam a laje de concreto com as vigas de metal foram perdidas”, disse Ulises Lara López, porta-voz da Procuradoria-Geral da República. “Nos trechos em que as lajes de concreto foram destacadas das vigas, todas as vigas foram mal instaladas em padrões irregulares.”
Essas falhas fundamentais, disse Lara, não poderiam ser encontradas por meio de inspeção de rotina ou evitadas por meio de manutenção regular.
Ao divulgar as conclusões de seu escritório na quinta-feira, a procuradora-geral Ernestina Godoy Ramos descreveu o relatório como “uma investigação científica profunda, séria, realizada por especialistas”.
Um relatório independente divulgado no início deste ano pela empresa norueguesa de gestão de risco DNV também encontrou erros graves de construção, incluindo com a colocação e soldagem de pinos de metal. O governo da Cidade do México contratou a DNV para examinar as causas do acidente.
A queda do metrô gerou ondas de choque político, envolvendo algumas das pessoas mais poderosas do México, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard, que era prefeito da Cidade do México quando a linha foi construída.
Espera-se que Ebrard, assim como a atual prefeita, Claudia Sheinbaum, busquem a presidência na eleição de 2024.
A seção do metrô que desabou foi construída pelo Carso Group, um vasto conglomerado de propriedade de um dos homens mais ricos e poderosos do México, Carlos Slim, um aliado próximo do presidente Andrés Manuel López Obrador. (O Sr. Slim também foi um grande acionista da The New York Times Company.)
A Sra. Godoy disse que seu escritório iniciaria um processo criminal contra as pessoas consideradas responsáveis pelo colapso, embora ela não tenha identificado nenhum indivíduo. “Assim como nosso mandato é a justiça, nossa prioridade tem sido e continuará sendo as vítimas”, disse ela.
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