FOTO DO ARQUIVO: Julio Velarde, presidente do Banco Central do Peru, fala durante uma entrevista à Reuters na sede do Banco Central em Lima, Peru, 30 de abril de 2018. REUTERS / Mariana Bazo / Foto do arquivo
2 de novembro de 2021
Por Marcelo Rochabrun e Marco Aquino
LIMA (Reuters) – Uma onda de protestos na mineração no Peru está causando nervosismo nos mercados do país andino e gerando um teste para o presidente de esquerda Pedro Castillo, que enviou autoridades na terça-feira à enorme mina de cobre de Antamina para neutralizar um bloqueio comunitário local.
O mundo não. A segunda produtora de cobre viu seus mercados de câmbio e ações enfraquecerem na terça-feira, com traders apontando para a agitação que atingiu as minas de propriedade da Glencore, BHP Billiton e MMG Ltd nas últimas semanas.
A Antamina, maior produtora de cobre do país, suspendeu as operações no domingo devido a um bloqueio na estrada estabelecido por manifestantes da comunidade rural de Aquia, localizada a cerca de 359 quilômetros (223 milhas) ao norte da capital.
Castillo chegou ao poder em julho com o forte apoio dos eleitores nas regiões de mineração, prometendo redistribuir a riqueza mineral para comunidades que há muito reclamam que foram deixadas para trás no boom econômico impulsionado pelo cobre no país.
O líder da comunidade de Aquia, que criticou Antamina por “não trazer benefícios”, disse à Reuters em uma entrevista na terça-feira que o bloqueio não seria suspenso até depois de negociações com o governo. Disse que a empresa nunca pagou integralmente a Aquia pelas terras que utilizou, alegação que a Antamina já havia contestado no passado.
O governo do Peru disse no final do dia que o ministro das Minas liderava uma delegação que se dirigia à área, a cerca de 60 quilômetros de Antamina, com o objetivo de iniciar negociações formais para neutralizar o impasse.
O recente aumento nas tensões levou órgãos da indústria a condenar uma “espiral” de protestos e viu o chefe do banco central Julio Velarde, amigo da indústria, dizer que os protestos estão atingindo a tradicionalmente forte imagem do país como mercado de investimento.
“Obviamente, a ordem precisa ser restabelecida”, disse Velarde na terça-feira ao ser empossado por um mandato adicional de cinco anos.
Um corretor de câmbio em um banco de Lima disse que a moeda local do sol estava caindo devido ao cenário político e “notícias realmente negativas” de suspensão da produção em Antamina.
A moeda enfraqueceu 0,43%, para acima de 4 por dólar, enquanto um índice de ações de Lima [.SPBLPSPT] perdeu cerca de 0,36%.
(Reportagem de Marcelo Rochabrun e Marco Aquino; Edição de Mark Potter e Aurora Ellis)
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FOTO DO ARQUIVO: Julio Velarde, presidente do Banco Central do Peru, fala durante uma entrevista à Reuters na sede do Banco Central em Lima, Peru, 30 de abril de 2018. REUTERS / Mariana Bazo / Foto do arquivo
2 de novembro de 2021
Por Marcelo Rochabrun e Marco Aquino
LIMA (Reuters) – Uma onda de protestos na mineração no Peru está causando nervosismo nos mercados do país andino e gerando um teste para o presidente de esquerda Pedro Castillo, que enviou autoridades na terça-feira à enorme mina de cobre de Antamina para neutralizar um bloqueio comunitário local.
O mundo não. A segunda produtora de cobre viu seus mercados de câmbio e ações enfraquecerem na terça-feira, com traders apontando para a agitação que atingiu as minas de propriedade da Glencore, BHP Billiton e MMG Ltd nas últimas semanas.
A Antamina, maior produtora de cobre do país, suspendeu as operações no domingo devido a um bloqueio na estrada estabelecido por manifestantes da comunidade rural de Aquia, localizada a cerca de 359 quilômetros (223 milhas) ao norte da capital.
Castillo chegou ao poder em julho com o forte apoio dos eleitores nas regiões de mineração, prometendo redistribuir a riqueza mineral para comunidades que há muito reclamam que foram deixadas para trás no boom econômico impulsionado pelo cobre no país.
O líder da comunidade de Aquia, que criticou Antamina por “não trazer benefícios”, disse à Reuters em uma entrevista na terça-feira que o bloqueio não seria suspenso até depois de negociações com o governo. Disse que a empresa nunca pagou integralmente a Aquia pelas terras que utilizou, alegação que a Antamina já havia contestado no passado.
O governo do Peru disse no final do dia que o ministro das Minas liderava uma delegação que se dirigia à área, a cerca de 60 quilômetros de Antamina, com o objetivo de iniciar negociações formais para neutralizar o impasse.
O recente aumento nas tensões levou órgãos da indústria a condenar uma “espiral” de protestos e viu o chefe do banco central Julio Velarde, amigo da indústria, dizer que os protestos estão atingindo a tradicionalmente forte imagem do país como mercado de investimento.
“Obviamente, a ordem precisa ser restabelecida”, disse Velarde na terça-feira ao ser empossado por um mandato adicional de cinco anos.
Um corretor de câmbio em um banco de Lima disse que a moeda local do sol estava caindo devido ao cenário político e “notícias realmente negativas” de suspensão da produção em Antamina.
A moeda enfraqueceu 0,43%, para acima de 4 por dólar, enquanto um índice de ações de Lima [.SPBLPSPT] perdeu cerca de 0,36%.
(Reportagem de Marcelo Rochabrun e Marco Aquino; Edição de Mark Potter e Aurora Ellis)
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