FOTO DO ARQUIVO: Pessoas caminham em frente ao prédio da Sede do Banco Central em Brasília, Brasil, 25 de agosto de 2021. REUTERS / Amanda Perobelli
22 de dezembro de 2021
By Marcela Ayres and Aluisio Alves
Brasil familiarizado com o assunto, disse à Reuters.
Em 18 de novembro, o Banco Central propôs que a regulamentação fosse discutida em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), mas as novas regras – que buscam nivelar o campo de jogo entre fintechs e bancos tradicionais – nunca foram votadas, o fontes dizem.
O banco central não quis comentar.
Não está claro por que o banco central optou por adiar a aprovação das mudanças regulatórias, mas deixou um setor multibilionário em dificuldades.
As alterações propostas aumentariam os requisitos de capital mínimo para instituições de pagamento de acordo com seu tamanho, volume de transações e ativos ponderados pelo risco.
Eles já eram esperados pelo setor de alguma forma desde que uma consulta pública foi aberta sobre o assunto no final de 2020.
Duas das fontes, ambas falando sob condição de anonimato, disseram que o atraso não significa necessariamente que as regras serão atenuadas.
Uma terceira fonte disse que o departamento do banco central responsável pelos ajustes regulatórios decidiu realizar uma revisão para garantir que as novas normas não sobrecarreguem desnecessariamente o setor.
Já se passou quase uma década desde que o Banco Central do Brasil alterou a estrutura regulatória das instituições de pagamento, colocando-as sob sua supervisão e abrindo caminho para a indústria nascente de empresas financeiras que usam tecnologia para simplificar pagamentos, transferências e empréstimos.
As diferentes regulamentações foram projetadas para introduzir mais competição em um setor bancário obsoleto dominado por um punhado de instituições tradicionais e quebrar a dinâmica das taxas de empréstimo historicamente altas no Brasil.
Agora, em parte como resultado dessas mudanças, a indústria de fintech do Brasil está crescendo. O emissor do cartão de crédito Nubank acaba de ser listado na Bolsa de Valores de Nova York com uma avaliação que o torna a instituição financeira mais valiosa da América Latina.
Sua estreia no mês passado ocorreu antes de qualquer mudança, mas o Nubank divulgou em seu prospecto de IPO que sob as novas regras – conforme estabelecidas na consulta pública do banco central – estaria sujeito a um capital regulamentar mínimo 60% maior, de 2,1 bilhões de reais ($ 367,55 milhão).
O impressionante IPO de Nubank segue a ascensão de outros participantes no Brasil, como PagSeguro, Stone e PicPay, que conquistaram milhões de clientes, levantaram financiamento de capital de risco e listaram suas operações ou planejam fazê-lo.
Os bancos tradicionais estão cada vez mais reclamando e pedindo ao regulador que alinhe as regras para fintechs de grande sucesso com as suas.
Mas uma das complicações de um movimento regulatório como o pretendido pelo banco central é que as fintechs – que somam mais de mil no Brasil – seguiram caminhos muito diferentes.
Usar apenas os critérios de tamanho da base de clientes ou volume financeiro para definir novos requisitos pode criar mais problemas do que soluções, de acordo com os profissionais da indústria.
“Se a dose for errada, o banco central pode criar barreiras de entrada e até inviabilizar os negócios”, disse Fabiano Camperlingo, presidente da SumUp, especializada em soluções de pagamento para pequenas e microempresas.
($1 = 5.7135 reais)
(Reportagem de Marcela Ayres e Aluisio Alves; Edição de Stephen Eisenhammer e Andrea Ricci)
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FOTO DO ARQUIVO: Pessoas caminham em frente ao prédio da Sede do Banco Central em Brasília, Brasil, 25 de agosto de 2021. REUTERS / Amanda Perobelli
22 de dezembro de 2021
By Marcela Ayres and Aluisio Alves
Brasil familiarizado com o assunto, disse à Reuters.
Em 18 de novembro, o Banco Central propôs que a regulamentação fosse discutida em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), mas as novas regras – que buscam nivelar o campo de jogo entre fintechs e bancos tradicionais – nunca foram votadas, o fontes dizem.
O banco central não quis comentar.
Não está claro por que o banco central optou por adiar a aprovação das mudanças regulatórias, mas deixou um setor multibilionário em dificuldades.
As alterações propostas aumentariam os requisitos de capital mínimo para instituições de pagamento de acordo com seu tamanho, volume de transações e ativos ponderados pelo risco.
Eles já eram esperados pelo setor de alguma forma desde que uma consulta pública foi aberta sobre o assunto no final de 2020.
Duas das fontes, ambas falando sob condição de anonimato, disseram que o atraso não significa necessariamente que as regras serão atenuadas.
Uma terceira fonte disse que o departamento do banco central responsável pelos ajustes regulatórios decidiu realizar uma revisão para garantir que as novas normas não sobrecarreguem desnecessariamente o setor.
Já se passou quase uma década desde que o Banco Central do Brasil alterou a estrutura regulatória das instituições de pagamento, colocando-as sob sua supervisão e abrindo caminho para a indústria nascente de empresas financeiras que usam tecnologia para simplificar pagamentos, transferências e empréstimos.
As diferentes regulamentações foram projetadas para introduzir mais competição em um setor bancário obsoleto dominado por um punhado de instituições tradicionais e quebrar a dinâmica das taxas de empréstimo historicamente altas no Brasil.
Agora, em parte como resultado dessas mudanças, a indústria de fintech do Brasil está crescendo. O emissor do cartão de crédito Nubank acaba de ser listado na Bolsa de Valores de Nova York com uma avaliação que o torna a instituição financeira mais valiosa da América Latina.
Sua estreia no mês passado ocorreu antes de qualquer mudança, mas o Nubank divulgou em seu prospecto de IPO que sob as novas regras – conforme estabelecidas na consulta pública do banco central – estaria sujeito a um capital regulamentar mínimo 60% maior, de 2,1 bilhões de reais ($ 367,55 milhão).
O impressionante IPO de Nubank segue a ascensão de outros participantes no Brasil, como PagSeguro, Stone e PicPay, que conquistaram milhões de clientes, levantaram financiamento de capital de risco e listaram suas operações ou planejam fazê-lo.
Os bancos tradicionais estão cada vez mais reclamando e pedindo ao regulador que alinhe as regras para fintechs de grande sucesso com as suas.
Mas uma das complicações de um movimento regulatório como o pretendido pelo banco central é que as fintechs – que somam mais de mil no Brasil – seguiram caminhos muito diferentes.
Usar apenas os critérios de tamanho da base de clientes ou volume financeiro para definir novos requisitos pode criar mais problemas do que soluções, de acordo com os profissionais da indústria.
“Se a dose for errada, o banco central pode criar barreiras de entrada e até inviabilizar os negócios”, disse Fabiano Camperlingo, presidente da SumUp, especializada em soluções de pagamento para pequenas e microempresas.
($1 = 5.7135 reais)
(Reportagem de Marcela Ayres e Aluisio Alves; Edição de Stephen Eisenhammer e Andrea Ricci)
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