RIO DE JANEIRO – O presidente Jair Bolsonaro do Brasil enfrentou uma possível cirurgia de emergência para uma obstrução intestinal depois que os médicos ordenaram na quarta-feira que ele fosse levado a um hospital em São Paulo para avaliação, disse o governo.
A obstrução está relacionada a um ferimento por faca que Bolsonaro sofreu em 2018 enquanto fazia campanha para presidente. Ele havia reclamado nos últimos dias sobre um surto persistente de soluços, que durou mais de 10 dias, mas não estava claro se isso estava relacionado.
Bolsonaro foi levado a um hospital militar em Brasília, a capital, na manhã de quarta-feira, depois de acordar com uma forte dor de estômago, disseram assessores. O médico que acompanhou as cirurgias após o esfaqueamento de 2018 determinou que Bolsonaro viajasse a São Paulo para exames complementares.
Com base no resultado desses testes, o presidente pode passar por “uma cirurgia de emergência”, disse seu gabinete em um comunicado.
Bolsonaro postou uma foto sua no Instagram na qual pode ser visto deitado sem camisa em uma cama de hospital com um tubo nasal e uma intravenosa em seu braço.
“Mais um desafio resultante de uma tentativa de assassinato,” a legenda da foto diz. “Foi um ataque cruel não apenas contra mim, mas contra nossa democracia.”
Em entrevistas e aparições públicas recentes, Bolsonaro, de 66 anos, parecia e parecia doente.
“Peço desculpas a todas as pessoas que estão ouvindo, porque tive soluços por cinco dias”, disse o presidente em uma entrevista de rádio na semana passada. Ele disse na época que uma cirurgia dentária recente provavelmente causou os soluços. “Talvez por causa das drogas que estou tomando, eu tenha soluços 24 horas por dia”, acrescentou.
O esfaqueamento de 2018, que feriu gravemente os intestinos de Bolsonaro, exigiu várias cirurgias e uma longa recuperação que efetivamente o tirou da campanha na reta final. Mesmo assim, Bolsonaro obteve uma vitória decisiva. O presidente sugeriu – sem provas – que os rivais políticos planejaram o ataque.
Um juiz em 2019 considerou que o agressor era doente mental e, como tal, não poderia ser condenado por um crime. O juiz ordenou que o agressor, Adélio Bispo de Oliveira, seja mantido em uma enfermaria mental do sistema prisional até que as autoridades de segurança pública determinem que ele não representa mais uma ameaça.
Os mais recentes problemas de saúde de Bolsonaro ocorrem no momento em que sua popularidade diminui em meio a escândalos e crises sobrepostos decorrentes da resposta do governo à pandemia do coronavírus. Legisladores e promotores estão investigando alegações de que altos funcionários do ministério da saúde buscaram propinas no início deste ano, enquanto negociavam a compra das vacinas Covid-19.
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