FOTO DO ARQUIVO: O logotipo da Petrobras é visto em frente à sede da empresa em São Paulo 23 de abril de 2015. REUTERS/Paulo Whitaker
5 de março de 2022
Por Sabrina Valle
HOUSTON (Reuters) – O presidente da Petroleo Brasileiro SA, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, disse à Reuters neste sábado que planeja deixar o cargo, com o executivo de petróleo Rodolfo Landim visto como seu possível sucessor, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto.
“O presidente da Petrobras é um trabalho de 24 horas e quero passar mais tempo com minha família”, disse Ferreira, acrescentando que tem dois filhos adultos morando fora do Brasil.
Ferreira se recusou a comentar mais.
Sua decisão ocorre no momento em que a Petrobras, como é conhecida a empresa com sede no Rio de Janeiro, enfrenta pressão de investidores para aumentar os preços dos combustíveis, já que o petróleo se aproximava de US$ 120 por barril. A empresa controla os preços da gasolina e do diesel no Brasil com mais de 80% da capacidade de refino do país.
Rodolfo Landim, que fez carreira na Petrobras antes de criar sua própria petroleira e vendê-la, está entre os candidatos à substituição, segundo duas pessoas a par do assunto. Landim atualmente dirige um time de futebol no Brasil como seu presidente.
Um anúncio formal da Petrobras é esperado na próxima semana. A empresa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Na quinta-feira, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse que a Petrobras poderia reduzir seu lucro para evitar que os preços dos combustíveis explodissem.
Em um discurso semanal nas redes sociais, Bolsonaro disse estar certo de que a Petrobras faria o que for necessário para proteger os consumidores brasileiros de sofrerem aumentos acentuados de preços.
Os comentários de Bolsonaro vêm depois que a Petrobras quebrou no mês passado seu recorde histórico de lucro anual e pagamentos de dividendos em 2021, graças aos preços altíssimos do Brent. As observações podem gerar temores entre os investidores de que ele possa tentar se intrometer nas políticas de fixação de preços da empresa.
A política da Petrobras de buscar a paridade entre os preços dos combustíveis domésticos e os mercados internacionais irritou muitos brasileiros com o aumento do custo do petróleo Brent. Um crescente coro de políticos disse que a Petrobras deveria ajudar a arcar com o fardo.
Na quarta-feira, o presidente-executivo Joaquim Silva e Luna disse à Reuters que a Petrobras ainda não havia tomado uma decisão sobre os reajustes dos preços dos combustíveis.
(Reportagem de Sabrina Valle; reportagem adicional de Peter Frontini; Edição de Chizu Nomiyama e Franklin Paul)
FOTO DO ARQUIVO: O logotipo da Petrobras é visto em frente à sede da empresa em São Paulo 23 de abril de 2015. REUTERS/Paulo Whitaker
5 de março de 2022
Por Sabrina Valle
HOUSTON (Reuters) – O presidente da Petroleo Brasileiro SA, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, disse à Reuters neste sábado que planeja deixar o cargo, com o executivo de petróleo Rodolfo Landim visto como seu possível sucessor, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto.
“O presidente da Petrobras é um trabalho de 24 horas e quero passar mais tempo com minha família”, disse Ferreira, acrescentando que tem dois filhos adultos morando fora do Brasil.
Ferreira se recusou a comentar mais.
Sua decisão ocorre no momento em que a Petrobras, como é conhecida a empresa com sede no Rio de Janeiro, enfrenta pressão de investidores para aumentar os preços dos combustíveis, já que o petróleo se aproximava de US$ 120 por barril. A empresa controla os preços da gasolina e do diesel no Brasil com mais de 80% da capacidade de refino do país.
Rodolfo Landim, que fez carreira na Petrobras antes de criar sua própria petroleira e vendê-la, está entre os candidatos à substituição, segundo duas pessoas a par do assunto. Landim atualmente dirige um time de futebol no Brasil como seu presidente.
Um anúncio formal da Petrobras é esperado na próxima semana. A empresa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Na quinta-feira, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse que a Petrobras poderia reduzir seu lucro para evitar que os preços dos combustíveis explodissem.
Em um discurso semanal nas redes sociais, Bolsonaro disse estar certo de que a Petrobras faria o que for necessário para proteger os consumidores brasileiros de sofrerem aumentos acentuados de preços.
Os comentários de Bolsonaro vêm depois que a Petrobras quebrou no mês passado seu recorde histórico de lucro anual e pagamentos de dividendos em 2021, graças aos preços altíssimos do Brent. As observações podem gerar temores entre os investidores de que ele possa tentar se intrometer nas políticas de fixação de preços da empresa.
A política da Petrobras de buscar a paridade entre os preços dos combustíveis domésticos e os mercados internacionais irritou muitos brasileiros com o aumento do custo do petróleo Brent. Um crescente coro de políticos disse que a Petrobras deveria ajudar a arcar com o fardo.
Na quarta-feira, o presidente-executivo Joaquim Silva e Luna disse à Reuters que a Petrobras ainda não havia tomado uma decisão sobre os reajustes dos preços dos combustíveis.
(Reportagem de Sabrina Valle; reportagem adicional de Peter Frontini; Edição de Chizu Nomiyama e Franklin Paul)
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