O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou para casa no Brasil na quinta-feira após três meses de exílio auto-imposto nos Estados Unidos, prometendo ser um oponente feroz de seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-capitão do exército de extrema direita, que fugiu da cidade nas últimas horas de seu mandato depois de perder uma eleição polêmica para o veterano esquerdista Lula, voltou a Brasília em um voo comercial de Orlando, Flórida.
Bolsonaro, de 68 anos, dirigiu-se então à sede do Partido Liberal (PL) em carreata ladeada por policiais — cujo papel parecia não ser apenas proteger o ex-presidente, mas mantê-lo longe de torcedores que queriam que ele desafiasse as autoridades locais ‘ apela à calma e lidera um de seus comícios de motocicletas que são sua marca registrada.
A volta ao lar é uma aposta de alto risco para Bolsonaro, que enfrenta problemas legais em várias frentes no Brasil – principalmente por seu suposto papel em incitar apoiadores que invadiram o palácio presidencial, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal em 8 de janeiro em uma tentativa fracassada de derrubar Lula. .
O ex-presidente, cuja administração durou de 2019-2022, manteve sua chegada discreta em linha com os desejos das autoridades de Brasília.
Ele saiu do aeroporto sem se aproximar da exuberante multidão de cerca de 200 torcedores que se reuniram para cumprimentá-lo gritando, cantando e cantando, vestidos com o amarelo e verde da bandeira brasileira.
Bolsonaro parecia mais tranquilo na sede do PL, onde apertou mãos e deu tapinhas nas costas de líderes do partido antes de fazer um discurso.
“As pessoas no poder agora – e não ficarão por muito tempo – não podem simplesmente fazer o que quiserem com o nosso futuro”, disse ele.
“Somos maioria (no Congresso) e queremos o melhor para o país”.
Bolsonaro deve começar um novo trabalho na próxima semana como presidente honorário do partido, ganhando 41.600 reais (cerca de US$ 8.000) por mês.
O ex-presidente, que recentemente alugou uma casa em um condomínio fechado em Brasília, disse que pretende cruzar o Brasil “fazendo política” e “mantendo a bandeira do conservadorismo”.
Mas “não vou liderar nenhuma oposição”, disse ele à CNN Brasil na quarta-feira.
“Você não tem que se opor a este governo. Ele cria a oposição por si só.”
Retorno do ‘Messias’
A fã obstinada de Bolsonaro, Katia Lima Araujo, disse que chegou à sede do PL às 4h para dar as boas-vindas ao homem que os apoiadores chamam de “Messias” – ou “Messias”, o nome do meio de Bolsonaro.
“Eu nem dormi. Eu não poderia – eu só quero ver o presidente. Estou muito feliz por ele estar de volta”, disse à AFP o funcionário público de 63 anos.
Lá, Bolsonaro também se reuniu com sua esposa, Michelle, uma cristã evangélica telegênica que foi apontada como uma potencial candidata presidencial e que voltou ao Brasil antes dele para assumir o cargo de líder da ala feminina do PL.
Bolsonaro, que nunca admitiu explicitamente a derrota após a eleição de outubro de 2022, em vez disso se escondeu no palácio presidencial em silêncio, teve uma estada peculiar na Flórida.
Ele se hospedou na casa de um ex-campeão brasileiro de artes marciais mistas perto da Disney World e foi fotografado vagando pelos corredores de um supermercado local e comendo frango frito sozinho em uma lanchonete KFC.
Ele disse que foi “revigorado” por sua estada na terra de seu modelo político, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
Os apoiadores esperam que seu retorno agora revigore a oposição, que foi enfraquecida pelo exílio auto-imposto de Bolsonaro e pela reação generalizada à violência e destruição dos distúrbios de 8 de janeiro.
“Tivemos cinco meses de uma oposição basicamente desmantelada. Agora, o retorno de Bolsonaro ao Brasil parece destinado a unir a direita”, disse à AFP o analista político Jairo Nicolau, da Fundação Getulio Vargas.
problema legal
Mas Bolsonaro enfrenta inúmeros problemas legais.
Eles incluem nada menos que cinco investigações do Supremo Tribunal Federal que podem mandá-lo para a prisão, inclusive por supostamente incitar os distúrbios de Brasília.
E ele foi envolvido em um escândalo por alegações de que tentou importar ilegalmente e manter milhões de dólares em joias dadas a ele e sua esposa pela Arábia Saudita em 2019.
Ele também enfrenta 16 processos perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que podem cassá-lo do direito de concorrer por oito anos, tirando-o da corrida presidencial de 2026.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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