A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, afirma que o país corre o risco de se tornar uma “exceção internacional” ao apresentar preocupações oficiais sobre pequenas alterações na política da Organização Mundial da Saúde (OMS) – uma medida muito defendida por teóricos da conspiração em relação à Covid-19.
Na quarta-feira, uma das primeiras ações do novo governo nacional foi apresentar uma reserva à OMS em relação a uma alteração nos Regulamentos Sanitários Internacionais para cumprir o prazo de 1º de dezembro. Os regulamentos, estabelecidos em 2005 após o surto de Sars em 2002-2003, tratam de doenças transfronteiriças, como pandemias, e descrevem processos como a comunicação de surtos de saúde, medidas implementadas para impedir a propagação, como o fechamento de fronteiras.
Posteriormente, os regulamentos foram considerados inadequados para lidar com pandemias e os 194 estados membros da OMS têm negociado alterações. É provável que a Nova Zelândia seja um dos poucos países a fazer isso, juntamente com a Eslováquia, Irã e Países Baixos.
A mudança é resultado de um acordo entre o NZ First e o Partido Nacional. No entanto, o Ministro da Saúde e MP Nacional, Dr. Shane Reti, responsável por implementar a mudança, a defendeu como uma “posição provisória”, enquanto o novo governo recebeu conselhos para “considerar plenamente as alterações”. A nova política fazia parte de um acordo mais amplo para um “Teste de Interesse Nacional” antes que a Nova Zelândia aceitasse quaisquer acordos das Nações Unidas, ou de suas agências (como a OMS), “que limitem a tomada de decisões nacionais e reconfirmem que a política interna da Nova Zelândia tem primazia sobre quaisquer acordos internacionais”.
Helen Clark destacou que apresentar tal reserva era um “desvio” na abordagem da Nova Zelândia às instituições internacionais e tornou o país uma exceção. Ela também expressou preocupação com a influência da OMS e das Nações Unidas nas políticas internas. A ex-ministra da Saúde e porta-voz da saúde do Trabalho, Dra. Ayesha Verrall, disse estar preocupada com a mudança de abordagem e “garantiria que nenhuma das teorias da conspiração que ouvimos falar na Internet a respeito da OMS se infiltrasse na abordagem da Nova Zelândia”.
O primeiro-ministro Christopher Luxon afirmou que a inclusão da disposição no plano para os primeiros 100 dias do governo se deveu ao curto prazo permitido, dado o prazo de 1º de dezembro. Ele enfatizou que não têm nada contra os regulamentos.
Foi revelado ainda que a Nova Zelândia tem se envolvido ativamente no processo de reforma da OMS, mas as alterações propostas geraram preocupações em relação à soberania e a possibilidade de retirar o controle das decisões independentes dos países soberanos.
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