Última atualização: 3 de março de 2024, 06:40 IST
Scholz prometeu no sábado uma investigação completa após uma gravação de conversações confidenciais do exército sobre a guerra na Ucrânia. (Foto de arquivo da Reuters)
O chanceler alemão, Olaf Scholz, promete uma investigação após a circulação de uma gravação vazada de negociações do exército sobre a guerra na Ucrânia. Constrangimento para Berlim
O chanceler alemão, Olaf Scholz, prometeu no sábado uma investigação completa depois que uma gravação de negociações confidenciais do exército sobre a guerra na Ucrânia foi divulgada nas redes sociais russas, em um enorme constrangimento para Berlim.
Uma porta-voz do Ministério da Defesa alemão confirmou à AFP que o ministério acredita que uma conversa na divisão da Força Aérea foi “interceptada”. “Atualmente não podemos dizer com certeza se foram feitas alterações na versão gravada ou transcrita que circula nas redes sociais”, disse a porta-voz.
A chefe do canal RT, apoiado pelo Estado russo, Margarita Simonyan, postou na sexta-feira a gravação de áudio de 38 minutos do que ela alegou serem oficiais do exército alemão discutindo possíveis ataques à Crimeia em uma videoconferência em 19 de fevereiro.
Na gravação, podem ser ouvidas discussões sobre o possível uso pelas forças ucranianas de mísseis Taurus de fabricação alemã e seu impacto potencial.
Os tópicos incluíram apontar os mísseis para alvos como uma ponte importante sobre o estreito de Kerch que liga o continente russo à Crimeia, que foi anexada pela Rússia em 2014. As discussões também abrangem o uso de mísseis fornecidos a Kiev pela França e pela Grã-Bretanha. Há muito que Kiev apela à Alemanha para que lhe forneça mísseis Taurus, que podem atingir alvos a até 500 quilômetros (300 milhas) de distância.
– ‘Inimigos jurados’ –
Até agora, Scholz recusou-se a enviar os mísseis, temendo que isso pudesse levar a uma escalada do conflito. “O que está sendo relatado é um assunto muito sério e é por isso que está agora sendo investigado com muito cuidado, muito intensamente e muito rapidamente”, disse Scholz durante uma visita a Roma no sábado.
A emissora alemã ARD descreveu o vazamento como uma “catástrofe” para os serviços secretos alemães. Segundo a revista Der Spiegel, a videoconferência foi realizada na plataforma WebEx, e não em uma rede interna secreta do exército. “Se esta história for verdadeira, será um acontecimento altamente problemático”, disse o político do Partido Verde, Konstantin von Notz, à emissora RND.
Falando em um fórum diplomático na Turquia no sábado, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que a gravação indicava que a Ucrânia e seus apoiadores “não querem mudar de rumo e querem infligir uma derrota estratégica à Rússia no campo de batalha”.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, exigiu que a Alemanha fornecesse “imediatamente” explicações para a discussão. “As tentativas de evitar responder às perguntas serão consideradas uma admissão de culpa”, disse ela.
“Nossos antigos rivais – os alemães – transformaram-se novamente em nossos inimigos jurados”, escreveu o ex-presidente russo Dmitry Medvedev, agora vice-chefe do Conselho de Segurança, em uma postagem no Telegram.
– Mísseis Taurus –
A aquisição de mísseis Taurus alemães proporcionaria um enorme impulso à Ucrânia, enquanto Kiev luta para se defender da invasão russa. A França e a Grã-Bretanha forneceram à Kiev mísseis SCALP e Storm Shadow, ambos com alcance de cerca de 250 quilômetros.
Mas Scholz disse na semana passada que a Alemanha não poderia justificar as medidas britânicas e francesas de enviar mísseis de longo alcance para a Ucrânia e apoiar o desdobramento do sistema de armas. “Esta é uma arma de muito longo alcance, e o que os britânicos e franceses estão fazendo em termos de direcionamento e apoio ao direcionamento não pode ser feito na Alemanha”, disse Scholz, sem especificar exatamente o que queria dizer.
A Grã-Bretanha negou ter qualquer envolvimento direto na operação dos mísseis.
“O uso do Storm Shadow pela Ucrânia e seus processos de seleção de alvos são da responsabilidade das Forças Armadas da Ucrânia”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa em comunicado à AFP. Marie-Agnes Strack-Zimmermann, presidente do comitê de defesa do parlamento alemão, disse que a intenção de Moscou era “óbvia”.
Scholz está sendo “advertido contra” o fornecimento de mísseis Taurus à Ucrânia, disse ela. “Precisamos urgentemente de aumentar nossa segurança e contraespionagem, porque somos obviamente vulneráveis nesta área”, disse ela ao grupo de comunicação social Funke.
Roderich Kiesewetter, da oposição conservadora da Alemanha, alertou que outras gravações também poderiam vazar. “Uma série de outras conversas certamente terão sido interceptadas e poderão ser divulgadas posteriormente para benefício da Rússia”, disse ele à emissora ZDF.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e é publicada no feed de uma agência de notícias sindicalizada – AFP)
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