WASHINGTON: Pouco antes do amanhecer, em um dia de verão em Washington, o presidente dos Estados Unidos, despiu-se nu em uma rocha à beira do rio, mergulhou e viu um homem morto flutuar até a superfície. Essas informações sobre John Quincy Adams foram registradas em seu diário, uma prática comum entre muitos presidentes, desde George Washington até Joe Biden. Nestes diários, onde eles fazem confissões a si mesmos, expressam opiniões sinceras e rastreiam os detalhes monótonos do dia a dia, oferecem uma visão direta sobre as decisões monumentais de seu tempo.
Os presidentes podem revelar segredos em seus diários, algo que vem causando polêmica recentemente. Biden está enfrentando escrutínio do Congresso devido ao tratamento descuidado de documentos confidenciais após seu mandato de vice-presidente. Enquanto isso, Donald Trump tornou-se a primeira pessoa na história a ser acusada de um crime por roubo de registros sensíveis do governo enquanto presidente e resistir às demandas para devolvê-los.
Adams considerava seu diário sua “segunda consciência”, onde registrava desde mergulhos nus no rio Potomac até seus pensamentos mais profundos. A prática de manter um diário é valorizada pelos presidentes como uma maneira de registrar observações do dia a dia e refletir sobre suas decisões. Jimmy Carter admitiu que raramente restringiu o que ditava, enquanto Dwight Eisenhower escrevia sobre assuntos sensíveis, como suas teorias sobre bombas atômicas.
O diário de Trump, por sua vez, foi o Twitter. Agora, o conselheiro especial Robert Hur está enfrentando um comitê da Câmara para explicar suas conclusões sobre o tratamento de documentos confidenciais por Biden. Democratas e republicanos estão ambivalentes em relação às ações de Biden, levantando questões sobre sua idade e capacidade de exercer a presidência.
Hur relatou que os diários de Biden continham reflexões altamente confidenciais sobre adversários estrangeiros, ameaças internas e informações ultrassecretas, colocando em risco a segurança nacional. Biden foi acusado de reter deliberadamente documentos confidenciais e notas em locais inseguros após seu mandato de vice-presidente, algo considerado inaceitável e arriscado para a segurança do país.
A investigação de Hur destacou a diferença de conduta entre Biden e Trump. Enquanto Biden cooperou totalmente na devolução de documentos, Trump se recusou a fazê-lo, obstruindo a justiça ao recrutar outros para destruir provas. Historiadores ressaltam a importância desses diários para entender melhor a presidência e a tomada de decisões no governo.
Os diários presidenciais são uma parte fundamental da história do país, registrando não apenas eventos políticos, mas também os pensamentos e emoções dos líderes mais poderosos da nação. Cada presidente tem sua própria maneira de documentar seu tempo no cargo, seja através de anotações manuscritas ou gravações. Esses registros fornecem uma visão única dos bastidores do poder, auxiliando os estudiosos na compreensão do funcionamento do governo e das decisões tomadas no mais alto nível.
A prática de manter diários presidenciais continuará a ser uma forma importante de preservar a história e compreender o legado de cada presidente. Desde John Quincy Adams até os dias atuais, esses registros têm sido uma fonte valiosa de informações para estudiosos e historiadores, revelando os desafios e triunfos enfrentados pelos líderes mais poderosos do mundo. Neste sentido, os diários presidenciais são uma parte essencial da rica tapeçaria da história americana, proporcionando uma visão única e íntima dos bastidores do poder.
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