Um esquema elogiado pela União Europeia como uma “oportunidade única na vida para sair mais forte da pandemia” não alcançou os resultados esperados na Espanha, de acordo com um especialista imobiliário.

Mark Stucklin culpou o sistema de planejamento, a burocracia e os jogos políticos na Espanha pelo que ele considera um fracasso em melhorar a situação habitacional no país mediterrâneo.

Em um comentário para a Prensa de Azeitona, o especialista imobiliário afirmou: “O sistema de planejamento espanhol, a burocracia e as maquinações políticas transformaram um tsunami de fundos em gargalos que paralisaram o sistema e fizeram com que as renovações empacassem ao invés de crescerem como os políticos afirmaram que fariam”.

O esquema NextGenerationEU foi direcionado para os estados membros do bloco de 27 países mais afetados pela pandemia de coronavírus.

A UE concordou em investir cerca de 696,10 bilhões de libras (806,9 bilhões de euros) para tornar “a Europa mais saudável, mais verde e mais digital”.

O governo espanhol, segundo Stucklin, destinou 13,29 bilhões de libras (15,4 bilhões de euros) para projetos habitacionais com o objetivo de tornar o parque habitacional envelhecido do país mais habitável, mais verde e livre de carbono até 2050.

Apoiar as pessoas para tornar as casas espanholas mais eco-sustentáveis é particularmente importante, considerando uma política espanhola que, se mantida, irá, em uma década, impedir os proprietários de venderem ou alugarem casas que não são consideradas “verdes”, observou o especialista.

No entanto, um estudo encomendado pela associação comercial Andimac, que representa os distribuidores de materiais de construção, sugeriu que as solicitações de planejamento para renovações caíram 8% no ano passado, e essa redução, que se prevê continuar este ano, é atribuída a uma falha na “canalização e distribuição dos fundos do NextGenerationEU”.

O principal ramo do regime NextGenerationEU é o Plano de Recuperação e Resiliência, que deve vigorar de 2021 a 2026.

Este plano, no valor de 623,72 bilhões de libras (723 bilhões de euros) de todo o regime, foi projetado por Bruxelas para mitigar o impacto econômico e social que a crise da COVID-19 teve em cada Estado-Membro.

Nesse sentido, a Espanha planejou utilizar cerca de 120,78 bilhões (140 bilhões de euros) em subsídios e créditos envolvendo todos os níveis da administração pública, conforme afirmou o site do governo espanhol.

Explicando quais são os objetivos a serem alcançados por meio desses fundos, o site ainda lê: “O objetivo é transformar nossa economia, tornando-a mais verde, digital, inclusiva e coesa, aumentando ao mesmo tempo sua capacidade de crescimento a médio e longo prazo”.

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