Em um país onde 72 por cento da população não tem passaporte e onde os meios financeiros para viajar para o exterior permanecem geralmente fora do alcance, essas mensagens encontram um público receptivo.
Essa cobertura completa tem efeitos profundos na opinião pública. Em 2008, com a escalada do conflito entre a Rússia e a vizinha Geórgia, a mídia exagerou, retratando a Geórgia como um refúgio de atividade anti-russa com intenção de violência. Os resultados foram impressionantes: um ano depois, após o fim da guerra, 62 por cento dos russos considerou a Geórgia, uma pequena república no sul do Cáucaso, o principal inimigo da Rússia.
Agora governada por um governo mais amigável com a Rússia, a Geórgia praticamente desapareceu da televisão estatal. A visão dele como o principal inimigo tem diminuído constantemente e agora é mantida por apenas 15% dos russos.
Tanto a transmissão quanto a impressão estão totalmente sob o controle do Kremlin. Quase o mesmo acontece com a internet. Há dez anos, as redes sociais ajudaram a levar as pessoas às ruas em protesto contra eleições parlamentares fraudadas. Desde então, um conjunto de medidas tecnológicas e legislativas – escutas nos telefones dos usuários e computadores, apresentando acusações criminais para conteúdo rotulado como “extremista” e restringindo a independência da maior empresa de tecnologia da Rússia, Yandex – transformaram a internet em um terreno altamente policiado. Uma postagem nas redes sociais pode custar um poucos anos no prisão.
Mas essa não é toda a história. O grande sucesso do Sr. Navalny’s filme sobre a suposta mansão de Putin no Mar Negro, que foi assistida por pelo menos 118 milhões de pessoas desde que foi lançada em janeiro, mostra que o domínio do Estado sobre a mídia não é suficiente para impedir que conteúdo indesejado chegue aos russos comuns. Não importa o quão extensivamente o Kremlin intervenha nas plataformas da Internet – por meio de bots, trolls pagos e agentes da lei – continua sendo possível espalhar informações prejudiciais ao regime.
Ainda existem alguns meios de comunicação locais e nacionais independentes na Rússia. Embora dificilmente possam competir com canais de televisão e jornais financiados pelo estado, eles são capazes de alcançar uma fatia considerável da população.
Meduza, por exemplo, um dos veículos de notícias independentes mais respeitados da Rússia, atrai milhões de leitores em seu site por ano, e MediaZona, uma agência independente que se concentra na corrupção e no uso indevido de poderes de aplicação da lei, acrescentou mais de dois milhões de leitores no início deste ano, por meio da cobertura do julgamento de Navalny. A TV Rain, canal de televisão independente, consegue chamar a atenção de 2,3 milhões de telespectadores.
Em um país onde 72 por cento da população não tem passaporte e onde os meios financeiros para viajar para o exterior permanecem geralmente fora do alcance, essas mensagens encontram um público receptivo.
Essa cobertura completa tem efeitos profundos na opinião pública. Em 2008, com a escalada do conflito entre a Rússia e a vizinha Geórgia, a mídia exagerou, retratando a Geórgia como um refúgio de atividade anti-russa com intenção de violência. Os resultados foram impressionantes: um ano depois, após o fim da guerra, 62 por cento dos russos considerou a Geórgia, uma pequena república no sul do Cáucaso, o principal inimigo da Rússia.
Agora governada por um governo mais amigável com a Rússia, a Geórgia praticamente desapareceu da televisão estatal. A visão dele como o principal inimigo tem diminuído constantemente e agora é mantida por apenas 15% dos russos.
Tanto a transmissão quanto a impressão estão totalmente sob o controle do Kremlin. Quase o mesmo acontece com a internet. Há dez anos, as redes sociais ajudaram a levar as pessoas às ruas em protesto contra eleições parlamentares fraudadas. Desde então, um conjunto de medidas tecnológicas e legislativas – escutas nos telefones dos usuários e computadores, apresentando acusações criminais para conteúdo rotulado como “extremista” e restringindo a independência da maior empresa de tecnologia da Rússia, Yandex – transformaram a internet em um terreno altamente policiado. Uma postagem nas redes sociais pode custar um poucos anos no prisão.
Mas essa não é toda a história. O grande sucesso do Sr. Navalny’s filme sobre a suposta mansão de Putin no Mar Negro, que foi assistida por pelo menos 118 milhões de pessoas desde que foi lançada em janeiro, mostra que o domínio do Estado sobre a mídia não é suficiente para impedir que conteúdo indesejado chegue aos russos comuns. Não importa o quão extensivamente o Kremlin intervenha nas plataformas da Internet – por meio de bots, trolls pagos e agentes da lei – continua sendo possível espalhar informações prejudiciais ao regime.
Ainda existem alguns meios de comunicação locais e nacionais independentes na Rússia. Embora dificilmente possam competir com canais de televisão e jornais financiados pelo estado, eles são capazes de alcançar uma fatia considerável da população.
Meduza, por exemplo, um dos veículos de notícias independentes mais respeitados da Rússia, atrai milhões de leitores em seu site por ano, e MediaZona, uma agência independente que se concentra na corrupção e no uso indevido de poderes de aplicação da lei, acrescentou mais de dois milhões de leitores no início deste ano, por meio da cobertura do julgamento de Navalny. A TV Rain, canal de televisão independente, consegue chamar a atenção de 2,3 milhões de telespectadores.
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