MOSCOU – O Ministério da Defesa da Rússia ordenou uma retirada parcial das tropas da fronteira com a Ucrânia na quinta-feira, sinalizando uma possível desaceleração de um impasse militar que havia alertado que uma nova guerra na Europa poderia estar se aproximando.
A ordem veio um dia depois que o presidente Vladimir V. Putin, em um discurso anual sobre o estado da nação, enumerou uma lista de queixas contra os países ocidentais, incluindo ameaças de novas sanções. Putin alertou contra cruzar a “linha vermelha” russa com pressão adicional sobre Moscou. O enorme acúmulo na fronteira ucraniana estava acontecendo enquanto ele falava.
Essa mobilização preocupou cada vez mais a Organização do Tratado do Atlântico Norte, as capitais europeias e Washington, e foi vista como um dos primeiros desafios de política externa para o governo Biden.
O ministro da defesa russo, Sergei K. Shoigu, que considerou a escalada um teste à prontidão do exército russo, disse que as unidades destacadas para a área de fronteira mostraram suas capacidades e agora devem retornar às suas posições regulares.
“Acho que os objetivos do teste de prontidão foram totalmente alcançados”, disse Shoigu, de acordo com a agência de notícias oficial russa Tass, que informou que ele ordenou que tropas da Rússia central e da Sibéria retornassem aos seus quartéis até 1º de maio.
No entanto, a ordem especifica que as tropas partindo de um grande campo de campo a cerca de 100 milhas da fronteira com a Ucrânia deveriam deixar seus veículos blindados lá até o outono. Imagens de satélite mostraram centenas de caminhões e tanques estacionados nos campos da região.
Não houve reação imediata ao anúncio de recuo da Rússia do presidente Volodymyr Zelensky da Ucrânia, que apenas dois dias antes havia se dirigido a seu país pela televisão, alertando sobre a possibilidade de guerra.
A Ucrânia, um vasto país da Europa Oriental que já foi uma parte importante da União Soviética, tem sido um ponto de inflamação das tensões Leste-Oeste por muitos anos. Os esforços do governo ucraniano para se alinhar com o Ocidente irritaram profundamente o Kremlin, que vê a Ucrânia como parte da esfera de influência da Rússia na região.
As tensões aumentaram desde 2013, quando a Rússia apoiou os separatistas no leste da Ucrânia e mais tarde conquistou a península da Crimeia na Ucrânia. Um conflito de baixo nível entre as forças ucranianas e separatistas tem se infiltrado no leste do país desde então, e o aumento das violações de um cessar-fogo precedeu o aumento militar russo.
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