O diretor da CIA, William Burns, alertou na quinta-feira que, sem ajuda militar adicional dos EUA, a Ucrânia poderá perder a guerra com a Rússia até o final do ano.
Os EUA estão “ficando sem tempo para ajudá-los”, disse Burns durante um evento no Centro Presidencial George W. Bush em Dallas, caracterizando como “terrível” um cenário em que o Congresso não aprova milhares de milhões de dólares em assistência suplementar à Ucrânia.
Há um risco muito real de que os ucranianos possam perder no campo de batalha até ao final de 2024, ou pelo menos colocar Putin numa posição em que ele possa essencialmente ditar os termos de um acordo político”, disse Burns.
O diretor da CIA explicou que não falta vontade às forças ucranianas, mas “esgotam-se as munições” a um ritmo alarmante.
Ele observou que nos dias anteriores à queda da cidade oriental de Avdiivka, em Fevereiro, as brigadas ucranianas – com 2.000 membros – estavam limitadas a disparar apenas 15 tiros de artilharia e 42 morteiros por dia.
“Eles ficaram sobrecarregados”, disse Burns, prevendo “mais Avdiivkas no futuro” sem assistência suplementar dos EUA.
A Câmara dos Representantes deverá votar no sábado quatro projetos de lei de ajuda externa, incluindo um pacote de 60,8 mil milhões de dólares para a Ucrânia.
“Com o impulso que viria da assistência militar, tanto prática como psicologicamente, os ucranianos são inteiramente capazes de se manterem firmes até 2024 e de destruir a visão arrogante de Putin de que o tempo está do seu lado”, disse Burns.
Mais poder de fogo permitiria aos militares ucranianos conduzir “ataques mais profundos” contra alvos na Crimeia e na Frota Russa do Mar Negro, segundo o diretor da CIA.
Burns também ecoou as preocupações dos líderes europeus e de alguns legisladores dos EUA de que o presidente russo, Vladimir Putin, tentará tomar território além da Ucrânia se prevalecer no antigo estado soviético.
“Não acho que suas ambições parariam por aí”, disse ele.
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